Preconceito na mídia
Nesta semana tivemos pela Champions League o jogo entre Liverpool x Roma. Segundo a nossa imprensa brasileira, ali sim temos um exemplo de organização, sem nenhum tipo de confusão nos estádios, afinal, esse negócio de torcida organizada é coisa de países sub-desenvolvidos da América do Sul, especialmente do Brasil.
Na TV e na mídia em geral, mostra-se apenas a festa, a beleza do futebol. Curiosamente, ninguém mostrou isso que você vê neste vídeo:
Curioso mesmo, não é? Se fosse no Brasil, qualquer empurra-empurra na arquibancada já seria manchete, pois vivemos em um país no qual é “crime” levar sinalizadores e bandeiras para os estádios de futebol. Claro, essa mesma imprensa que condena esse “crime” se rasga de elogios quando vê torcidas argentinas, inglesas, espanholas ou italianas usando sinalizadores e bandeiras. Lá, é lindo. Aqui, é “crime”.
Basta ligar a TV ou ler a mídia escrita e todos os pontos positivos da Europa são exaltados ― mas todos se calam sobre os episódios de violência, que são os mesmos daqui. Não vemos jornalistas inflamados culpando os torcedores europeus, pois esses mesmos jornalistas defendem que a violência é culpa das torcidas organizadas brasileiras, mas esquecem que as torcidas são PARTE do problema ― como qualquer outro setor da sociedade ―, e não a CAUSA dele.
É difícil argumentar isso com quem já tem ideias pré-concebidas e com preconceitos muito arraigados. O problema é que são essas pessoas que formam opiniões, despejam informação distorcida no público e depois buscam um bode expiatório para todos os problemas. Essa mentalidade simplista, infelizmente, é a regra, não a exceção da imprensa brasileira.
E não espere ver nenhum deles criticando as ações das autoridades europeias contra episódios de violência por lá, afinal, são exatamente essas ações que os jornalistas brasileiros defendem como “soluções” para o Brasil. E, como se vê, não funcionam.
Informe-se, não distorça a notícia, não deixe seu preconceito falar mais alto. Ouça os dois lados da história. Não é tão difícil, é?