Globo e os clássicos

A não realização do clássico entre Atlético-PR e Coritiba, no último domingo (19/2), pelo Campeonato Paranaense, fez com que as diretorias dos dois clubes, assim como as duas torcidas rivais, se unissem para atacar alvos em comum: a Rede Globo e a Federação Paranaense de Futebol (FPF).

A partida seria transmitida exclusivamente nos canais do YouTube das equipes, sem participação da TV. Porém, alegando problemas no credenciamento da equipe escalada para fazer a transmissão, a federação impediu, de última hora, que o jogo começasse. Como resposta, Atlético-PR e Coritiba se negaram a jogar sem a transmissão online.

“A federação mandou uma ordem para a arbitragem de que não pode ser feita a transmissão de dentro de campo, porque existe o contrato com a Rede Globo”, disse o vice-presidente do Coritiba, José Fernando Macedo. “Mas como nós não temos contrato com a Globo, que fizéssemos a transmissão via YouTube”.

O diretor de marketing do Atlético-PR, Mauro Holzmann, também mostrou revolta com a situação. “Atlético e Coritiba não venderam seus direitos por essa esmola que a RPC e a TV Globo quiseram nos pagar. É um direito nosso. A federação, de forma arbitrária, quer que nós tiremos a nossa transmissão. Então não vai ter jogo”, afirmou.

O técnico atleticano, Paulo Autuori, foi mais um que fez críticas duras ao impedimento do jogo e deixou no ar se a decisão foi tomada apenas pela federação. “Quem é o responsável por uma tomada de decisão dessa, de evitar um jogo sem um motivo? Certamente sozinhos não estão. Há instituições fortes por trás disso. A federação não teria cacife para tomar uma decisão dessa”, disse Autuori.

Na Arena da Baixada, as torcidas de Atlético-PR e Coritiba protestaram contra as mesmas entidades. “Globo lixo” e “Federação, vai se f…, o futebol não precisa de você” foram alguns dos gritos ouvidos antes que as arquibancadas se esvaziassem, pouco depois da confirmação de que o jogo não aconteceria.

[Fonte: UOL]