Solidariedade à Chape

Estádio lotado, calor, mormaço pré-chuva, adrenalina a mil, campo de jogo lotado de fãs, milhões de selfies, quilos e quilos de alimentos doados e muita festa. São esses os itens que formam o roteiro de um jogo de festa de fim de ano do domingo (11/12), no Inamar, em Diadema. As causas nobres das doações de alimentos, nesse ano se aliaram aos atos de solidariedade à Chapecoense, que foi vítima de um trágico acidente aéreo. E após todas as homenagens, um minuto de silêncio e um atraso de 45 minutos até esvaziar a cancha cheia de torcedores e outros convivas, finalmente o povo de Diadema teve um jogo.

O time dos amigos de Denílson veio esse ano com o Pentacampeão Cafu, Marcos Assunção (ex-Santos e Palmeiras) Amaral (ex-Palmeiras e Corinthians), Fabiano (ex-São Paulo) para enfrentar o time dos Amigos do Bispo, um combinando de jogadores locais. E quando a bola rolou, o placar pouco importou, todos os transtornos foram esquecidos e valeu a festa. Quem apareceu como surpresa na festa foi Gabriel Jesus, atacante do Manchester City e da Seleção Brasileira.

“É sempre bom você poder ver um cara como o Denílson tratando bem a bola, isso além da causa nobre de poder se solidarizar com a Chapecoense depois dessa tragédia. E tem também o Cafu, que está magrinho, em forma e pelo que vejo, bem poderia ser lateral do meu São Paulo hoje, fácil”, observou o bem humorado Roberto Ricardi, 48 anos, torcedor do São Paulo e morador de Diadema.

Outro fato marcante do jogo das estrelas foi um ato organizado pelas torcidas uniformizadas do ABCD. Aquáticos e Tubarão Azul do Água Santa, Fúria Andreense e Esquadrão Andreense do E.C Santo André, Guerreiros do Tigre do São Bernardo, Gladiadores e Comando Azul do São Caetano, mais o apoio de Dragões da Real do SPFC e Comando Rubro Negro do Flamengo de Guarulhos, deixaram a rivalidade de lado e se juntaram nas arquibancadas em um ato de homenagem a Chapecoense e pela paz nos estádios.

“Lógico que entre nós existe a rivalidade, a disputa e tudo mais. Mas isso não pode servir para a gente brigar entre nós mesmos, precisamos cada vez mais de união e o ato de hoje, nesse dia de festa, com esse estádio lotado é o pontapé inicial para que possamos conviver assim”, destacou Rafael Ribeiro dos Aquáticos de Diadema.

Rafael também aponta para a necessidade e uma liberdade maior para o torcedor fazerem sua festa, sem tantas normas e amarras.“Eu entendo que o estádio deve contemplar todo mundo. Tanto os que querem ficar num espaço mais reservado, sentado e tudo mais, como nós, que queremos tocar um instrumento, pular, cantar, trazer nossas faixas e fazer nossa festa. Somos contra essa elitização que na verdade, só serve para tirar o povo do estádio. Veja hoje um exemplo do que estou falando. De um lado estão só que quer ficar mais sentados, e aqui nós fazendo nossa festa. Importante é ter espaço pra todo mundo”, argumentou Rafael Ribeiro.

[Fonte: ABCDmaior]