Não vamos nos calar

O que aconteceu nesta semana são dois episódios claros de despreparo daqueles que fazem a segurança dentro dos estádio. Responsabilidade não apenas do policial ou segurança do estádio, mas também daqueles que comandam e organizam o evento (Governo local por meio da secretaria de segurança pública e CBF).

É inadmissível passar batido o assassinato do dirigente da torcida organizada Pavilhão Independente, do Cruzeiro, em Minas Gerais, que ocorreu por conta do exagero na força dos seguranças da Minas Arena, dentro do Mineirão. A polícia/segurança nos estádios que matou o líder cruzeirense, Eros Dátilo Belizardo (foto ao lado), também é a mesma despreparada de outros estados, como no Rio de Janeiro, no jogo Flamengo e Corinthians no Maracanã,  onde preconceituosamente selecionou pessoas com base nas tatuagens, informações se pertenciam a organizadas ou não e também pela cor, como se pode observar a maioria, daqueles que foram “selecionados” eram negros.

Por que marginalizar as torcidas organizadas? Por que querer acabar com as torcidas organizadas em vez de trabalhar junto para deter os maus torcedores organizados? Por que criminalizar os dirigentes das torcidas organizadas ao invés de dialogar e encontrar saídas e ouvir daqueles que passam na pele, as dificuldades em torcer junto a entidade que pertence?

Com papel significativo para alimentar o ódio da sociedade com os torcedores organizados, a grande mídia, representadas pelas emissoras de TV e jornais/revistas, omitem parte do que acontecido afim de criminalizar as organizadas. Quantas emissoras de TV ou jornais falaram sobre a morte do líder da torcida Pavilhão Independente? Poucas, e quando deram, foi “infarto”.

A mídia não fala, mas contribui para que ocorra confusão, o despreparo daqueles que deveriam cuidar da segurança de TODOS. Graças a internet (redes sociais) e alguns blogueiros, foi possivel acompanhar relatos que mostram como foi a abordagem dos responsáveis pela segurança no jogo do Maracanã, onde os policiais/seguranças do estádio incitam o ódio e a confusão ao provocar os torcedores paulistas.

Enquanto achamos que são episódios isolados, tragédias irão ocorrer. Ontem foi o Eros, amanhã pode ser qualquer dirigente de qualquer torcida organizadas ou qualquer torcedor organizado, ou até, um torcedor não organizado mas que foi ao estádio para torcer para o seu time.

Até quando, vamos ficar calados?